Gonçalenses protestaram contra leilão do Tamoio na última sexta (22)
- Jornal TC

- 26 de out. de 2021
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Manifestantes realizaram protestos em frente ao Tamoio nesta sexta (22)/Foto: Jornal Daki
Patrimônio público e cultural é leiloado a ‘preço de banana’.
Desde quinta-feira (21/10), o Tamoio Futebol Clube não pertence mais aos seus sócios, que desde 1917 colecionam muitas histórias vividas em suas dependências. Por causa de dívidas trabalhistas, calculadas em torno de R$ 1,5 milhão, que vinham se arrastando há anos, o imbróglio jurídico acabou resultando na venda do clube por R$ 2 milhões, em processo autorizado pela Justiça através de leilão. Sócios proprietários, frequentadores e a diretoria do Tamoio convocaram um protesto na sede, às 10h desta sexta-feira (22/10).
‘Covardia o que estão fazendo’
O presidente do clube, Jorair Ferreira, garante que sua administração está recorrendo da decisão e se diz revoltado. “Todos estão muito surpresos e chateados com o que está ocorrendo. Além de tudo, o processo de avaliação do preço do imóvel ficou muito abaixo do valor real. Isso não pode acontecer, pois o clube é um patrimônio oficial da cidade. É covardia o que estão fazendo”.
O Tamoio F.C.
Com aproximadamente 8.760 metros quadrados, o clube foi inaugurado em 1917 e marcou a época de ouro dos carnavais, ao abrir a maior festa do Rio de Janeiro, dos anos de 1960 a 1980. O Tamoio também disputou competições estaduais de futebol.
Palco de muitos eventos e shows marcantes, incluindo estrelas nacionais e internacionais, o clube sempre ofereceu ambiente familiar, além de um parque aquático, ginásio poliesportivo, entre outros equipamentos. Nesta sexta-feira (22/10), a partir das 10h, manifestantes vão se reunir na sede do clube para questionar a decisão da Justiça, tendo como argumento o fato de o espaço ser tombado como patrimônio público e cultural da cidade, alegação usada para o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. #TODOSSOMOSTAMOIO.
Novo proprietário não pode fazer nenhum tipo de intervenção no prédio, como demolição
O juiz substituto da 2ª Vara do Trabaho de São Gonçalo, Luiz Fernandes Luzes, após atos in loco de protestos dos gonçalenses e enorme repercussão nas redes sociais em defesa do Tamoio, se manifestou no final da tarde de sexta (22), pelo reconhecimento e constitucionalidade da Lei 704/2017 que tombou o centenário Clube como Patrimônio Histórico e Cultural. Com isso, o arrematante do imóvel em leilão está proibido de fazer qualquer tipo de intervenção no prédio sem autorização explícita dos órgãos fiscalizantes do bem tombado, neste caso Câmara de Vereadores e Prefeitura.
A manifestação de Luzes põe limites à ação do novo proprietário no que se refere à estrutura física do prédio, mas reafirma seu título de propriedade sobre o imóvel, adquirido em leilão.
Jornal Daki
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