top of page

ELEIÇÃO x REELEIÇÃO

  • Foto do escritor: Jornal TC
    Jornal TC
  • 12 de set. de 2020
  • 3 min de leitura

Nesses últimos dias vimos e ouvimos muitos comentários e até alguns embates a respeito desse assunto em nossa cidade. Assunto esse que entra em pauta toda vez que estamos perto das votações.

Uns defendem veemente que não seja reeleito nenhum candidato, pois segundo os mesmos se o vereador ou prefeito não fez o seu trabalho bem feito em um mandato, no mandato seguinte é que não o fará de jeito nenhum. Outra linha de pensamento defende que alguns bons projetos são perdidos quando o tal candidato não se reelege, pois por vaidade ou falta de compromisso dos que chegam os trabalhos anteriores são encerrados ou desmobilizados. A verdade é que a política envolve paixão, debates acalorados, poderes e dinheiro, esse último como se tem mostrado infelizmente como o fiel da balança. Uma balança que pende para lados obscuros e diferentes dos anseios da população.

Não reeleger pode ser uma solução imediata para muitos, inclusive para combate a corrupção, pois tendemos a achar que o candidato que entra em primeiro mandato sem os “vícios” da política poderiam trabalhar em prol da comunidade. Mas é preciso levar em conta que se formos buscar dados em Câmaras que tiveram grande porcentagem de renovação das cadeiras, não há unanimidade de boas práticas de seus mandatários. Talvez porque na verdade os fazedores da “velha política” continuem nos bastidores ocupando cargos de confiança, assessoria e base. Deixando claro que os cofres públicos ainda são, nesse país, grande fonte de renda.

Esquecemos que uma solução simples para resolver esse e outros problemas da “coisa pública” seria substituir antigos conceitos na forma como lidamos e fiscalizamos as ações políticas e partidárias. Para começar a transparência no gasto e uso de cada centavo que sai das contas públicas, inclusive para a compra de papel higiênico e penas criminais que sejam cumpridas com rigor. O crime do colarinho branco pode parecer brincadeira, mas o certo é que não produz a repulsa de parte da população como produz com um roubo de celular, por exemplo. O assalto ao erário foi institucionalizado e referendado como prática comum e perdoável aos salafrários que se escondem atrás de vários “títulos de cidadãos de bem”.

A ojeriza a reeleição por um grupo que cresce a cada nova eleição traduz muito da insatisfação do povo, que da mostras de falta de paciência com os Vereadores que só aparecem quando candidatos para pedirem votos e depois somem durante os quatro anos

do mandato. Reaparecendo na eleição seguinte para apertar mãos, tirar fotos com crianças e assumir paternidades de possíveis obras ou melhorias feitas, que não passam de obrigação como Servidor público momentâneo. Os mais velhos tomam raiva e os mais jovens se politizam, questão talvez de mudança de pensamentos e cenários políticos. Não adianta fechar os olhos para os problemas existentes. Sabemos que ainda existe o voto de cabresto, os currais eleitorais, o comércio de votos e o voto do “medo”, onde a comunidade é obrigada pelo tráfico ou pela milícia a votar em determinado candidato sob pena de sanções dos seus Tribunais paralelos.

A não reeleição na visão de alguns pode criar injustiça com políticos bem intencionados e que são vistos como trabalhadores de primeira mão por muitos. Um exemplo clássico é o Prefeito de uma cidade do Espírito Santo que reúne fãs por todo país por causa do seu trabalho e ações voluntárias e populares reproduzida aos montes na internet.

Talvez esse seja o ponto a debater nessa questão. A falta de equilíbrio. Para onde pende essa balança, ou como está funcionando essa matemática onde provavelmente esteja com um déficit mais para um lado que o outro. Elegendo ou reelegendo temos por obrigação antes de votar no candidato, pesquisar com afinco, buscar referências, saber sobre fichas criminais, propostas e procurar saber se aquele candidato será bom só para mim, minha rua ou bairro ou se ele se propõe a governar para todos. Não adianta eleger alguém que só cuidará de uma comunidade se ganhar as eleições. O mandato tem que servir a população num todo, precisa atingir a coletividade. Hoje não cabe mais espaço para aquele vereador de tal comunidade ou segmento. Os serviços públicos têm que abranger não somente uma determinada parcela, mas sim pensar nas carências de seus munícipes e cidadãos.

Outra dica é começar a repensar votos em pessoas que vivem além da nossa realidade. Procure o candidato que ande em transporte público, esteja nas periferias como um líder comunitário, um professor, um enfermeiro que estão mais próximos dos nossos anseios que um grande empresário que circula pela cidade em seu carro blindado e vive rodeado de outros empresários. Com certeza na hora de propor algo será sempre em benefício dos seus pares.

Lembrem-se que todo poder emana do povo, utilize com consciência o único momento da vida que você pode tentar mudar algo ao invés de reclamar.


R.R.Amaral

11/08/2020

 
 
 

Comentários


bottom of page